HISTÓRIA DO SNAA

Iniciado em 1964, na Região do Douro, o Serviço Nacional de Avisos Agrícolas tem vindo a ser um dos meios indispensáveis para a evolução das formas de controlo e prevenção dos inimigos das culturas. Nesta Região foi instalada a Estação de Avisos (EA) do Douro, que foi, desde modo, a primeira EA a ser criada no País. Esta Estação de Avisos começou a sua atividade tendo como finalidade a racionalização das intervenções fitossanitárias para a proteção da vinha, nomeadamente para o míldio. Outras culturas e outros inimigos foram abrangidos à medida que novas Estações foram sendo instaladas, pelo País.

Devido a dificuldades de entrada de técnicos para os serviços, só passados quatro anos, em 1968, foi possível arrancar com a Estação de Avisos do Ribatejo, em Santarém, seguida pela Estação de Avisos do Oeste, em Torres Vedras e Estação de Avisos da Bairrada, em Anadia, em 1971.

Em 1977, foram instaladas mais três Estações: Estação de Avisos de Castelo Branco, em Castelo Branco, Estação de Avisos do Dão, em Viseu e Estação de Avisos de Entre Tejo e Sado, em Setúbal. No ano seguinte, 1978, foi instalada a Estação de Avisos de Entre Douro e Minho, no Porto. De 1980 a 1982, foram instaladas as Estações de Avisos do Algarve em Faro, em 1980, a do Alto Alentejo em Elvas, em 1981 e a do Baixo Alentejo em Beja, 1982. Em 1983 a Beira Interior reforça a sua ação com a instalação da Estação de Avisos da Guarda.

Só entre 1994 e 1996 é que se procedeu à instalação das restantes Estações de Avisos, considerando-se a partir daí todo o território Nacional abrangido pelo Serviço de Avisos. Foram ainda, instaladas a Estação de Avisos do Nordeste, em Chaves, a Estação de Avisos de Leiria e a Estação de Avisos da Terra Quente, em Mirandela.

A partir de 2002, no âmbito do projeto AGRO 8.2 “Modernização e Reforço do SNAA” veio possibilitar que organizações de agricultores privadas aderissem ao SNAA, cobrindo zonas ou culturas não cobertas pelas Estações de Avisos Públicas.

Assim, no âmbito deste projeto foram criadas as Estações de Avisos da APICITRO em 2002, para os citrinos, ORIVÁRZEA em 2003, para o arroz, ARATM em 2004, para o castanheiro, e COTHN em 2006, para a ameixeira e o limoeiro.

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De 2002 a 2006 foi desenvolvido um projeto nacional no âmbito do Programa AGRO, Medida 8 – DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E EXPERIMENTAÇÃO; ACÇÃO 8.2 – REDUÇÃO DO RISCO E DOS IMPACTES AMBIENTAIS NA APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS, na sua componente 3 “Modernização e Reforço do Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA)”.

Neste projeto participaram as várias Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), entretanto extintas em 2023, a nível das Divisões de Proteção das Culturas (DPC), onde estavam integradas as Estações de Avisos (EA) e o Serviço Coordenador do SNAA, da então Direção-Geral de Proteção das Culturas (DGPC) hoje Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

O objectivo geral do projeto era modernizar e reforçar o SNAA, ao nível das Estações de Avisos. Os objectivos específicos do projeto apresentado pelo Serviço coordenador, foram abrangentes e a sua execução dependia da execução dos projetos das Estações de Avisos, a nível regional, sendo que o objetivo mais relevante era a recolha de dados meteorológicos, apoiado numa rede de Estações Meteorológicas Automáticas (EMA), dados biológicos e fenológicos e a criação de uma base de dados nacional. Para a boa prossecução deste objetivo foi desenvolvido um difícil e moroso trabalho, quer a nível do serviço coordenador, quer a nível regional (DRAP/EA).

Para o efeito, foi necessário definir em todas as ex-Direções Regionais de Agricultura (DRAP), uma Estação Central (EC), onde todas as EMA da região (públicas e privadas), ficaram ligadas, sendo a recolha dos dados das EMA efetuada pelas Estações Centrais (EC) diariamente e de modo automático. Os dados recolhidos nas EC seriam então transmitidos para o serviço coordenador, a fim de integrarem a base de dados meteorológicos de âmbito nacional.

Assim, foi criada uma rede nacional de EMA, com uma primeira centralização nas regiões (Estações Centrais) e uma segunda ao nível do Serviço Coordenador.

Para o efeito, a nível central foi necessário desenvolver o laborioso trabalho de uniformização de dados, uma vez que cada EC transmite ficheiros de EMA de diferentes marcas comerciais, número e tipo de sensores e com distintos parâmetros. Com o objetivo de uniformizar estes dados, foi necessário criar um software específico, que permitiu trabalhar todos os dados e integrá-los numa base de dados única.

Foi criada uma página de internet que permitia ainda, através de Intranet o acesso dos dados a todos os parceiros do SNAA. A Página providenciava o acesso à informação geral que este serviço pretendia divulgar a todos os utilizadores.

No que se refere à melhoria dos métodos de previsão e evolução dos inimigos das culturas, para atingir este objetivo o Serviço Coordenador estabeleceu as seguintes atividades:

  1. elaboração de planos com as metodologias a seguir nos postos de observação biológica (POB);

  2. tratamento dos dados meteorológicos das diferentes zonas dos POB dos últimos dez a quinze anos:

  3. tratamento dos dados biológicos e fenológicos dos POB de acordo com o software dos modelos;

Os manuais entretanto elaborados e publicados respeitavam às principais culturas e inimigos do País: arroz, batata, castanheiro, citrinos, pomóideas, olival e vinha. Estes manuais pretendem uniformizar as metodologias utilizadas nos postos de observação biológica (POB). Nestes documentos são descritas as metodologias clássicas adotadas nas várias EA, e que servem de base para a emissão de avisos e devem ser atualizados periodicamente.